sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Reflexões olímpicas

Definitivamente não tenho paciência para esportes que precisam de mais de seis pessoas para formar um time. Minha teoria é a de que quanto mais jogadores, menos emocionante é a partida. Logo, não há goleada no futebol que supere a emoção de uma partida de vôlei, por exemplo.


Goleada em futebol é coisa rara.  Normalmente vemos mais de vinte pessoas em campo correndo de um lado para o outro ficando no zero a zero. Não entendo como milhares de pessoas pagam para ver isso.

Num jogo de vôlei até a torcida é diferente. Ela costuma ser mais civilizada, sabe se divertir e dar apoio ao time quando ele mais precisa. Na quadra há pontos sendo feitos o tempo todo, é um jogo bem dinâmico, ainda mais quando nossas meninas do vôlei salvam seis match points no quinto set e tiram a Rússia da Olimpíada. Quem viu sabe do que estou falando.

Não sei se você sabe, mas os Jogos Olímpicos estão aí! Quando a Olimpíada não é transmitida por aquele canal das novelas, parece que quase ninguém fica sabendo, quase ninguém comenta, quase ninguém se interessa. Mas existe vida interessante fora da Globo, existem outras vozes além da do Galvão Bueno, mesmo que seja no canal do bispo, na TV paga, ou na internet.

A Olimpíada é aquela chance que temos para conhecer melhor outros esportes e suas curiosidades. Alguém sabe como surgiu a esgrima, o pólo aquático, o hóquei e o salto ornamental? E o que dizer do badminton? Como esse negócio que mistura peteca com frescobol tênis se transformou em esporte olímpico? O nome dá até medo em quem nunca ouviu falar disso. Afinal, um esporte que começa com “bad” não parece ser uma coisa boa. Deve ter gente pensando que é uma substância encontrada em exames antidoping.

Falando em doping, é cada vez mais frequente o “doping tecnológico”. Na Olimpíada de Pequim, em 2008, um maiô desenvolvido em parceria com a Nasa diminuía a resistência da água dando mais velocidade ao nadador. E isso sem contar a tecnologia aplicada na construção da piscina. Convenhamos, quem tinha Michael Phelps nem precisava de um empurrãozinho assim. Agora o traje foi proibido na Olimpíada de Londres.

A tecnologia evolui rápido demais e ajuda a explicar, em partes, a quebra de recordes a cada Olimpíada. E ela continua aí nos uniformes, nos equipamentos, em tudo. Se você ignora um tênis que dá uma vantagem de apenas um milímetro por passo, calcule isso numa corrida longa e você ganhará um metro a cada quilômetro. Enxergou a “pequena” diferença?

Se continuar assim, nas próximas Olimpíadas as delegações levarão também cientistas, designers e até camundongos para testar suas invenções.


Guigo é autor do blog www.doiscuringas.blogspot.com, membro reserva da equipe de pebolim e foi bicampeão de queimada na categoria café com leite aos sete anos de idade. Atualmente é idealizador da campanha que tenta transformar a amarelinha, o truco e a dança do Créu em esportes olímpicos a fim de modernizar o triatlo para a Olimpíada de 2016 no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário