domingo, 9 de março de 2014

Não é sobre queimar sutiãs


Em algum momento da história da humanidade uma mulher interpretou de outra maneira a palavra “submissão” e ainda fez a cabeça das amigas. Isso não significava que ela tinha que ser “mandada” pelo homem. Submissão era, na verdade, a SUB-MISSÃO, ou talvez a missão SUBsequente, uma missão que completava a outra missão.

Acho que em nenhum momento o homem das cavernas disse que o trabalho da mulher era fácil. Ele só pensava que, sendo ele fisicamente mais forte e resistente para a tarefa, seria encarregado de caçar e trazer alimento para a família. A mulher, tirando vantagem das suas próprias características, mais cuidadosa, delicada, organizada etc, ficava em casa cuidando do filho, da casa e das outras coisas, afinal até hoje elas mesmas vivem dizendo que são capazes de fazer várias atividades ao mesmo tempo, né? Supostamente, as coisas eram levadas aproveitando o melhor da natureza masculina e o melhor da natureza feminina, só isso. É claro que isso não era e não é regra, mas ajuda a entender a história.

Aí veio a revolução industrial, as guerras mundiais, elas queimaram sutiãs e conquistaram o direito ao voto, a independência, o trabalho e o poder, não necessariamente nessa ordem. Até aí, nada de errado. Aliás, parabéns, mulheres, por toda essa conquista. É admirável toda essa trajetória.

Lembrem-se de que era a época da revolução industrial e, consequentemente, acontecia também uma espécie de revolução cultural. Pense no capitalismo: quanto mais gente trabalhando, mais gente com salário. Quanto mais gente com salário, mais gente querendo gastar. Com homens e mulheres trabalhando “fora” a economia girava mais e sem parar. Era tudo o que o tal capitalismo queria.

Hoje o homem não precisa mais caçar, ele paga para alguém caçar, fatiar o animal e ainda colocar os pedaços nas prateleiras do supermercado. A mulher também não precisa mais cuidar de casa. Ela paga pra alguém limpar, passar, cozinhar e ainda cuidar do bicho de estimação. E o filho do casal hoje passa a maior parte do tempo com estranhos e a mãe não sabe por que o filho a chama de “tia" às vezes.

Quando se trabalha fora você pode enrolar o chefe e ficar coçando o saco o dia inteiro. Em casa você não pode fazer isso. Lá, alguém tem que fazer a comida, alguém tem que consertar o chuveiro, alguém tem que dar banho no filho, cuidar do jardim, trocar a lâmpada, proteger o território... Ou você acha que o homem das cavernas mentia pra mulher e ia jogar uma pelada com os amigos ao invés de ensinar o filho a caçar (olha aí uma parte do papel do pai na educação do filho)? Você acha que a mulher dele ficava em casa de bobeira no Facebook fofocando “cazamigas” ao invés de passar um tempo com o filho? Acho que não.


Guigo é autor do blog www.doiscuringas.blogspot.com e afirma que mais da metade das ideias desse post surgiu enquanto conversava e jogava baralho com sua esposa. Segundo ele, os papos durante as partidas servem para distraí-lo enquanto ela trapaceia. Por outro lado, ela acha que tudo isso é desculpa de perdedor.

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